Sumário
Durante uma carreira condecorada que se estende por mais de duas décadas, o profissional de pôquer Phil Ivey ganhou dinheiro em 174 torneios e dezenas de títulos de primeiro lugar. Seu maior ganho em torneios até hoje chega a pouco mais de US$ 3,5 milhões, um ganho impressionante para qualquer jogador, para dizer o mínimo. Mas e se eu lhe dissesse que Ivey conseguiu, de alguma forma, triplicar essa taxa de vitórias, em uma única sessão, jogando bacará de apostas altas no Borgata?
Em 2012, ao lado de um parceiro de jogo que possuía um segredo incrivelmente lucrativo, Ivey dobrou sua reputação como um lendário jogador de cartas. Munido de conhecimento privilegiado e um arsenal de fichas, Ivey ganhou um pagamento de oito dígitos jogando bacará melhor do que qualquer outra pessoa jamais fez. Explicaremos tudo aqui no BRABET.
Como Phil Ivey passou de campeão de pôquer a “trapaceiro” de bacará
Muito antes de apostar US$ 150.000 por mão em sua própria mesa particular de punto banco, Phil Ivey era mais conhecido como “No Home” Jerome.
Esse apelido surgiu em Atlantic City na década de 1990, quando Ivey, menor de idade, usava uma identidade falsa com o nome Jerome para jogar nos infames jogos Seven-Card Stud do Taj. Como o terror adolescente da mesa parecia nunca sair, os moradores locais brincavam dizendo que ele não tinha casa.
Ivey acabou se estabelecendo em Las Vegas para se dedicar ao pôquer profissional e começou a arrasar nos torneios quase que imediatamente. Seu primeiro prêmio oficial foi uma vitória de US$ 53.297 no Jack Binion World Poker Open de 2000.
Apenas alguns meses depois, Ivey ganhou sua primeira viagem para a World Series of Poker (WSOP) com mais US$ 195.000, além de um cobiçado bracelete de ouro no Pot Limit Omaha.
A partir daí, Ivey não parou mais, somando mais nove braceletes da WSOP, um título do World Poker Tour (WPT) e mais de US$ 31 milhões em ganhos de torneios na carreira.
Em 2012, após uma grande vitória na série Aussie Millions por mais de US$ 2 milhões, um colega jogador de apostas altas apresentou Ivey a uma bela mulher chinesa chamada Cheng Yin “Kelly” Sun. Especialista em “edge sorting”, uma técnica obscura de jogo com vantagem que tira proveito de pequenas imperfeições nas cartas, Sun vinha arrasando no cenário de bacará de Sin City há anos.
Para fazer o edge sorting, é preciso estar atento aos padrões distintos que adornam o verso das cartas de baralho. Acontece que muitos fabricantes de cartas cortam erroneamente suas cartas de modo que o padrão não seja simétrico em ambos os lados.
Para visualizar o que quero dizer com “não simétrico”, dê uma olhada neste breve vídeo explicativo sobre classificação de bordas abaixo. Essencialmente, um classificador de bordas habilidoso pode escanear rapidamente uma carta virada para baixo e dimensionar os padrões em ambos os lados da carta.
Graças à reputação de Ivey no setor, ele conseguiu convencer dois cassinos – Borgata, em Atlantic City, e Crockfords, em Londres – a permitir que ele e a Sun usassem um conjunto exclusivo de regras para tornar prático o esquema de classificação de vantagem. O jogo era um minibacará, de modo que apenas o crupiê tocava nas cartas. Apenas um baralho seria usado e reciclado usando apenas uma máquina de embaralhar automática.
E, o mais importante, Sun solicitou dealers que falassem cantonês para que ela pudesse fazer pedidos especiais. Durante as primeiras mãos, Sun pedia ao dealer que girasse todas as cartas de bacará de alto valor, como o seis, o sete, o oito e o nove, 180 graus, de modo que a borda não simétrica ficasse voltada para ela. Com o tempo, todas as cartas boas mostravam uma borda não simétrica, enquanto as cartas ruins ficavam voltadas para o outro lado.
Graças à máquina de embaralhar automática, uma vez que essas cartas estavam com a borda separada, elas permaneceram assim a noite toda.
No final, Sun e Ivey agora sabiam se a primeira carta do shoe (distribuída para a mão do jogador) era forte ou fraca. Usando esse conhecimento, a dupla ajustou suas apostas de acordo, aumentando-as sempre que a mão do jogador tivesse a vantagem.
Como resultado, Sun e Ivey transformaram a vantagem usual da casa de 1,06% do bacará em uma vantagem de 6,76% para o jogador. Em abril de 2012, a dupla ganhou US$ 9,6 milhões no Borgata jogando bacará com dinheiro real por US$ 150.000 por mão.
Falando à Cigar Aficionado anos mais tarde, Sun relembrou com carinho a cena elétrica em que ela e Ivey arrasaram no Borgata por 24 horas consecutivas:
“Phil não queria que eu comesse ou dormisse. Eles só queriam que eu estivesse jogando. É por isso que eles me chamavam de ‘Máquina de Bacará’. Certa vez, jogamos 24 horas. Phil dormiu no chão [da sala de limite alto]”.
Depois de usar o dinheiro do bacará para ganhar outros US$560.000 jogando dados, Ivey e Sun saíram do jogo enquanto a administração do Borgata, a contragosto, fazia o acerto de contas.
Ivey e Sun acabaram indo para o Crockfords em Londres quatro meses depois. Só que, dessa vez, as coisas não foram tão tranquilas na segunda vez…
O jogo de classificação de bordas funcionou perfeitamente mais uma vez, rendendo à equipe um lucro adicional de £ 7,8 milhões (US$ 10,82 milhões). Infelizmente para Ivey e Sun, os chefes da Crockfords começaram a desconfiar das regras e solicitações ecléticas feitas por esses jogadores de apostas titânicas.
Em vez de pagar em dinheiro imediatamente, a Crockfords disse a Ivey que seus fundos seriam entregues por meio de transferência eletrônica. Mas quando ele aterrissou em Las Vegas alguns dias depois, o profissional de pôquer e sua “máquina” de bacará ficaram surpresos ao saber que nenhum pagamento seria feito.
Ivey processa a Crockfords na esperança de receber seus £7,8 milhões em “ganhos”
Em maio de 2013, Ivey decidiu processar a Crockford’s na esperança de recuperar a dívida pendente.
Na época, ele emitiu a seguinte declaração explicando sua decisão:
“Estou profundamente triste porque a Crockfords não me deixou outra alternativa a não ser prosseguir com a ação legal, após sua decisão de reter meus ganhos.
Tenho muito respeito pela Gentings, o que tornou essa decisão muito difícil para mim. Ao longo dos anos, ganhei e perdi quantias substanciais na Crockfords e sempre honrei meus compromissos.
Na época, recebi um recibo de meus ganhos, mas a Crockfords posteriormente reteve o pagamento. Portanto, sinto que não tenho outra alternativa a não ser entrar com uma ação judicial.”
Enquanto o processo se arrastava, Ivey também não negou o uso da técnica de classificação de bordas.
Após uma série de derrotas em tribunais inferiores, o processo de Ivey acabou chegando à Suprema Corte do Reino Unido
Lá, Lord Hughes ridicularizou as alegações de “estratégia” de Ivey, ressaltando que o cassino também não teria permissão para invalidar a aleatoriedade inerente de um baralho de cartas.
Em sua decisão final contra Ivey, Hughes chegou ao ponto de rotular Ivey de trapaceiro:
“O que o Sr. Ivey fez foi encenar um golpe cuidadosamente planejado e executado, o que sugere ainda mais ideias opostas sobre o que constitui ‘trapaça’ na mente das partes envolvidas.”
Borgata inverte o roteiro e processa Ivey por causa dos US$ 10,16 milhões já pagos
Em abril de 2014, percebendo agora que haviam sido enganados, os executivos do Borgata entraram com uma ação contra Ivey para recuperar seus pagamentos de dois anos antes.
Nos documentos apresentados pelo cassino, os advogados do Borgata classificaram as ações de Ivey como um plano pré-mediado para “manipular” as probabilidades inerentes ao bacará.
Três anos de disputas legais depois, um juiz federal ordenou que Ivey reembolsasse a totalidade de seus ganhos de bacará e craps de 2012. No entanto, Ivey rapidamente entrou com um recurso no tribunal de circuito, e esse esforço resultou em um acordo não revelado com o Borgata em 2020.
Conclusão
Considerando tudo isso, Ivey provavelmente acabou no vermelho em todo esse fiasco de classificação de bordas. Entre a perda total no caso de Londres e seis anos de honorários advocatícios para garantir um mero acordo com o Borgata, é de se perguntar se Ivey faria tudo de novo.
Afinal de contas, outra consequência do imbróglio jurídico foi a redução drástica do calendário de torneios. Quando já se é capaz de imprimir dinheiro nos maiores jogos de pôquer do planeta, por que seria necessário um esquema tão complicado de “ficar rico rapidamente”?
Bem, como o próprio Ivey diria a você, um jogador joga… sempre.
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PERGUNTAS FREQUENTES
Como em todos os jogos de azar, a sorte desempenha um papel importante no pôquer, especialmente no curto prazo. No entanto, o pôquer é diferente de qualquer outra forma de jogo. Ao contrário dos outros jogos de cassino, o pôquer é um jogo de habilidade e os melhores profissionais do mundo ganham dinheiro porque são os melhores jogadores do jogo.
Uma das habilidades mais importantes do pôquer é pensar no futuro, o que significa prever o que seus oponentes farão e planejar suas jogadas de acordo. Você precisa ser capaz de considerar alguns passos à frente para ter sucesso. Desenvolver essa habilidade requer muita prática, mas é algo que você pode melhorar com o tempo.
